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Valorização do idoso

Maior desafio é fazer mudanças nas políticas sociais e econômicas.

Dr. Luiz Freitag, geriatra.

A atenção para com a saúde sempre foi mais dirigida à criança. Com o aumento mundial do número de idosos no mundo inteiro e, particularmente no Brasil, somente em 1 de outubro de 2003 foi instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (Lei nº 10 741).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou 1999 o “Ano Internacional do Idoso” e o lema escolhido foi “Mantenha-se ativo para envelhecer melhor”. A OMS apresentou soluções para seis grandes mitos que envolvem o envelhecimento no século XXI.

Um deles consiste na crença de que a maioria dos idosos está em países desenvolvidos. Estatísticas recentes esclarecem que apenas 60% vivem nesses países. Para 2.020 espera-se que haverá um bilhão de idosos, sendo que 700 milhões estarão nos países em desenvolvimento.

Um segundo mito supõe que todas as pessoas mais velhas são iguais. Nem sempre. Fatores genéticos, origem étnica e cultural, associados ao clima em localizações geográficas privilegiadas são responsáveis pelo melhor índice de envelhecimento e sobrevivência.

Em terceiro lugar, criou-se a idéia de que homens e mulheres envelhecem da mesma forma, o que não é verdade. Estatísticas mundiais comprovam que as mulheres sobrevivem mais do que os homens, principalmente no Japão. O certo é que as mulheres aceitam com mais facilidade as recomendações médicas e vão com mais freqüencia aos consultórios. Por outro lado, os homens são vítimas de acidentes, guerras e mortes violentas.

Uma outra idéia errônea é a de que os idosos são mais frágeis, o que pode ter sido verdade até uns 20 anos atrás. Em nossos dias os idosos já estão orientados para manter um estilo de vida que conserve a boa forma física. A prática de exercícios físicos diários pode manter uma sobrevida de mais 20 anos para quem já está na faixa dos 60.

Outro equívoco é julgar que os mais velhos não têm mais nada a oferecer à sociedade, o que não corresponde à realidade atual.

Finalmente, não se sustenta mais a idéia de que os idosos são um ônus para a sociedade, do ponto de vista financeiro, no que se refere a aposentadoria e a outros direitos assegurados pelo Estado. É sabido que existe uma correlação entre nível de renda e saúde, sendo a pobreza um dos fatores de incidência de doenças.

A OMS concluiu que “o maior desafio que a sociedade enfrenta atualmente é a necessidade de examinar e fazer mudanças apropriadas nas políticas sociais e econômicas da saúde e não o envelhecimento da população.”